Reconhecimento voluntário, aumentou em 50% desde criação do projeto. Trabalho contribui para aproximação afetiva entre pai e filho.
Em Lages, na Serra catarinense, há 13 anos, o Instituto Paternidade Responsável atua para auxiliar na aproximação entre pais e filhos, nos casos em que o nome do pai não consta na certidão de nascimento do filho. Neste período, o reconhecimento voluntário de paternidade aumentou em 50% no município, sem a necessidade de uma ação judicial, como mostrou o Jornal do Almoço.
Por decisão da mãe, a manicure Aline Loeff, de 35 anos, ficou sem o nome do pai na certidão de nascimento. Apesar de conviver com ele, o vazio no documento fez com que ela passasse por constrangimentos. “Esse nome do pai sempre me fez muita falta, eu não sabia me expressar e contar o porquê disso”, afirmou.
Segundo um estudo do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no país, são 5 milhões de crianças sem o nome do pai na certidão de nascimento. O Instituto Paternidade Responsável recebe casos enviados por cartórios de crianças cujas certidões de nascimento não têm o nome do pai.
Em uma sala de audiência, uma equipe formada por psicóloga, assistente social e conciliadora atende e orienta as mães. Os dois filhos da diarista Fernanda Aparecida de Oliveira não têm o nome do pai na certidão de nascimento. Com o exame de DNA em mãos, ela alterou o documento dos filhos.
“Graças a Deus deu tudo certo. Agora, simplesmente, eles vão ter que me ajudar, não só com dinheiro, mas dando amor de pai”, disse.
A atuação do instituto não se restringe ao reconhecimento da paternidade. “A conciliação trabalha isso, pra que a mãe perceba que não se resume a um papel, mas se estende ao amor e ao carinho que essa criança precisa”, explicou a conciliadora Rita Lang.
Quem nunca teve o nome do pai na certidão e luta para ter sabe o quanto esse preenchimento é importante. “Agora, eu vou ter um pai, não será mais desconhecido”, alegrou-se Aline Loeff.