Maior produto cultural do Brasil, as novelas sempre foram grandes sucessos nos quatro cantos do país. Elas não só se transformam em termômetros da sociedade colocando assuntos importantes na boca do povo, como também são responsáveis por ditar moda.

E se engana quem pensa que essa moda se restringe a vestuário e acessórios.

Os nomes de personagens e astros de TV também são alvos da moda. Vez ou outra, papais e mamães usam as novelas como inspiração para registrar em cartório seus filhos. Os bebês acabam ganhando nomes que ficam populares dentro e fora das telas.

No ar há pouco tempo, Terra e Paixão ainda não conseguiu provocar um boom com seus nomes, mas sua antecessora deixou sua marca.

Mesmo com uma audiência ruim, e críticas negativas, Travessia teve um peso nos batismos de crianças brasileiras. Isso porque o nome Chiara, personagem de Jade Picon, apareceu em alta nos cartórios.

Jade Picon e o fenômeno Chiara

Segundo dados da Arpen Brasil (Associação Nacional dos Registros de Pessoas Naturais), somente no ano de 2022 após a exibição da trama, pelo menos 150 bebês ganharam o nome da personagem patricinha, que dividia o protagonismo com Brisa (Lucy Alves).

Nesse quesito inclusive, a autora Gloria Perez pode se orgulhar. Suas protagonistas de nomes curtos, e muitas vezes diferentes, fazem com que centenas de meninas recém-nascidas ganhem estes nomes.

Em 1995, a novelista estreava Explode Coração, que além de mostrar um pouco da cultura cigana, ainda lidava com o amor virtual, numa época em que todos acreditavam ser uma fantasia absurda duas pessoas conversando por voz e vídeo estando separadas por milhares de quilômetros.

A protagonista da história, Dara (Tereza Seiblitz) fez tanto sucesso, que segundo dados compilados pelo Nomes do Brasil, ferramenta disponibilizada pelo IBGE, houve 7,7 mil registros de crianças com esse nome na época. E não para por aí.

Boom dos anos nos anos 2000

Jade (Giovanna Antonelli) em O Clone também caiu nas graças das gestantes de 2001 e 2002, período que a novela esteve no ar. Nos cartórios, houve cerca de 5 mil registros do nome.

Da mesma trama, Mel (Débora Falabella), também dominava a preferência do público na hora de batizar bebês. Houve um salto de 140 registros nos anos 1990 para quase 4 mil após a novela.

Outros nomes também chegaram a bombar entre o público como Julia, que já era popular nos anos 1990 com cerca de 66 mil registros em todo o Brasil, que nos anos 2000 passou a ter mais de 250 mil registros em cartórios. Não é coincidência que exatamente nesta época ele passou a ser usado em novelas.

Júlia foi o nome da protagonista de Malhação 2002, interpretada por Juliana Silveira. Ela vivia um romance à la Romeu e Julieta com Pedro (Henri Castelli), enquanto suas famílias se odiavam após um erro médico que as envolvia. A temporada foi uma das maiores audiências.

No mesmo ano, Gloria Pires também vivia Julia em Desejos de Mulher, e em 2006, ela também teria o mesmo nome em Belíssima. Julia também foi o nome da protagonista de Bianca Rinaldi em Pequena Travessa, do SBT, ainda em 2002. Coincidência?

Fonte: Entretê