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Sem apagão, registros de óbito pela covid em cartórios saltam 81% em 2022


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Depois de nove meses seguidos de queda no número de registros de óbitos pela covid-19, o mês de janeiro já marca uma reversão na tendência. Os cartórios de registro civil do país contabilizavam, até as 19h de quarta-feira (19), um aumento de 81% na média móvel de mortes diárias pela doença. O número estava em 102 no dia 31 de dezembro, o menor desde março de 2020. Passou para 183 em 16 de janeiro, o mais alto desde 11 de novembro de 2021.

 

O número estava em 102 no dia 31 de dezembro, o menor desde março de 2020. Passou para 183 em 16 de janeiro, o mais alto desde 11 de novembro de 2021.

 

Os dados, ainda preliminares, já apontam que a média móvel cresce a passos largos em meio à terceira onda da pandemia no país, marcada pela disseminação da variante ômicron.

 

Total de mortes sobe, mas patamar é mais baixo

 

O número de mortes, no entanto, deve ficar longe de se aproximar dos alcançados na segunda onda de covid no país. Em 30 de março do ano passado, a média móvel diária de mortes registrada pelos cartórios ficou em 3.413.

 

“Vamos ter um número significantemente menor em comparação ao ano anterior”, diz Juliane Fonseca de Oliveira, pesquisadora do CIDAC (Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde) da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

 

O país tem quase 70% da população com o ciclo vacinal completo contra covid-19, segundo o consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte. Mesmo após o recorde de mais de 200 mil casos confirmados no país ontem, as internações cresceram em um ritmo menos acelerado —assim como deve ocorrer com as mortes.

 

“Uma média baixa também está sendo observada em outros países que também estão sendo bastante afetados pela circulação do ômicron, o que prova o efeito da proteção da vacina. Mas ainda é cedo: a gente precisa acompanhar para ver se vamos manter a proteção e entender o quão ela é eficaz diante da ômicron”, Juliane Fonseca de Oliveira, Fiocruz.

 

Mortes causadas pela covid-19:

 

 

Apesar dos dados dos cartórios ainda serem parciais, a tendência é que janeiro registre um aumento de mortes em relação ao mês anterior, algo que não ocorria desde março em relação a fevereiro de 2021. Em todo o mês de dezembro do ano passado, os cartórios registraram 3.341 óbitos. Este mês, até ontem, eram 2.768.

 

Os dados do Portal da Transparência da Arpen Brasil (Associação de Registradores de Pessoas Naturais) têm como base a causa mortis apontada pelo médico na declaração de óbito. Além disso, o número de mortes se refere à data do óbito, diferente dos estados (que abastecem o Ministério da Saúde e o consórcio de imprensa) —que se referem à data da inclusão do óbito no sistema.

 

“Os números já mostram uma elevação nos óbitos em janeiro, na comparação com os dados de dezembro, chegando ao pico de mais de 80% no dia 16 de janeiro, ainda dentro de um prazo em que podem ser lançados mais registros na plataforma”, disse Gustavo Fiscarelli, presidente da Arpen/Brasil.

 

O prazo total para recepção dos dados dos cartórios e inclusão no portal é de até 15 dias, ou seja, os números dos últimos dias janeiro ainda podem subir.

 

Outro dado do portal é que as mortes pela covid-19 cresceram de forma desigual pelo país, com maior aumento nos estados que primeiro detectaram a circulação da variante ômicron.

 

O Rio de Janeiro teve o maior crescimento, de 933%, indo de 3 para 31 entre o último dia do ano passado e o dia 17 deste mês.

 

Em São Paulo, também houve uma alta acima da média nacional. A média móvel de sete dias mais que dobrou este ano: de 24 (em 31 de dezembro) para 57 (em 14 de janeiro). As internações de crianças e adolescentes no estado cresceram 61% entre novembro e janeiro, informou ontem o governador João Doria.

 

Apagão impediu prever alta

 

Para especialistas em análise de dados ouvidos pelo UOL, a curva de ascensão de casos e internações —que resultou na alta de mortes— não pôde completamente percebida porque ocorreu justamente no período de apagão de dados do Ministério da Saúde.

 

Juliane Oliveira explica que a estimativa é que o número de óbitos provocados pela covid-19 comece a subir em torno de 15 dias após a alta o número de casos.

 

“O apagão de dados demonstra também um colapso no acompanhamento do risco da pandemia como um todo. Esses dados do registro civil com crescimento [de mortes] na primeira semana de janeiro demonstra que falhamos em prever o impacto da ômicron, que é a variante que mais causava risco no aumento de casos no final do ano”, aponta.

 

A ferramenta mais importante para essa medição é o Sivep-Gripe (Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe), usado para que municípios reportem casos graves, internações e mortes por Influenza ou covid-19. A plataforma ficou sem dados entre 30 de novembro de 2011 (data da última atualização antes do ataque hacker) até a volta, no dia 14 de janeiro.

 

Um ponto que é importante destacar é que, como houve esse apagão do número de casos, temos um cenário de subnotificação que não somente está relacionado com os casos, mas muito provavelmente relacionado ao número de óbitos. Essa subnotificação também precisa ser estudada e estimada”, Juliane Fonseca de Oliveira, Fiocruz.

 

Após o retorno do acesso aos dados do Sivep-Gripe, a Rede Análise Covid-19 remontou sua plataforma de dados com números de internações pelo país –e, só então, viu que elas cresceram durante o período de apagão.

 

“Os dados Sivep-Gripe mostram que a reversão de tendência de SRAG [Síndrome Respiratória Aguda Grave] aconteceu bem no período do apagão. Essa inversão começou a ocorrer ainda no final de 2021, quando a média diária de mortes parou de cair”, explica Isaac Schrarstzhaupt, coordenador da Rede.

 

Ele também destaca que, como a doença deve ter um novo comportamento na sociedade, é difícil estimar um teto de óbitos que ela pode chegar, por exemplo. “Agora temos variante nova, vacinas, comportamento diferente da população”, finaliza.

 

Fonte: UOL